O risco de falência pode atingir potencialmente as empresas mal administradas ou que não se planejam para enfrentar possíveis problemas na conjuntura externa. Embora o imprevisível possa colaborar para a insolvência de um negócio, falir é um processo que demanda tempo. Não acontece do dia para a noite, tampouco é obra do acaso.
Na verdade, quando o número de falências é compreendido como um indicador macroeconômico, é possível, até mesmo, se antecipar, pois indica que algo vai mal na economia.
Assim, o empreendedor brasileiro, em tempos de recessão e total instabilidade política do país, deve realizar um orçamento empresarial impecável, ao passo que controla minuciosamente todas as atividades da empresa, maior é a possibilidade de se ter um negócio saudável e com um bom resultado financeiro.
Nesse sentido, o mês de abril de 2018 revela um dado preocupante: depois de um ano em queda, os pedidos de falência na justiça voltaram a crescer. É o que aponta o índice de falências e recuperações judiciais do Boa Vista SCPC.
Evitar a quebra de um negócio e retomar o crescimento é possível. Para isso, acompanhe o artigo para entender o que significa a falência e algumas de suas implicações legais.
O que é a falência perante a lei
Embora seja o ápice de um processo eminentemente econômico, a falência, em si, é também um instituto jurídico. Em sentido amplo, significa dizer que a empresa não possui capacidade de pagar suas obrigações e de gerar resultados que possibilite a reversão desse cenário.
No âmbito legal, uma empresa não está falida até que oficialize sua quebra na esfera jurídica. Quando uma PJ expõe a incapacidade de arcar com suas dívidas e manter-se economicamente ativa, busca também o respaldo legal para evitar a penhora e arresto de bens pelo Poder Judiciário. Além disso, só declarando falência, é possível a uma empresa recorrer à Recuperação Judicial.
Sinais podem antecipar a insolvência de um negócio
A incapacidade de manter uma empresa ativa não é um fenômeno súbito. Até chegar na esfera judicial, uma série de problemas e falhas devem acontecer repetidamente, culminando com a bancarrota. Alguns sinais podem ser notados quando o risco de falência é iminente.
Excesso de dívidas em aberto
A insolvência das dívidas é a condição indispensável para que uma empresa venha a decretar sua falência. Quando se vê impossibilitada de honrar os compromissos com seus credores, caracteriza-se um quadro em que a continuidade das operações não é mais possível.
Assim, é necessário encerrar as atividades e liquidar o patrimônio ainda restante. Em alguns casos, os sócios podem ter que ajudar a pagar as dívidas com seus respectivos patrimônios.
Uma boa ferramenta preventiva ao caos de dívidas em aberto é a realização de um planejamento tributário no início de cada ano, para analisar as possibilidades que sua empresa possui de reduzir a carga tributária com base na lei e ajustar processos internos fiscais e contábeis antes de procedimentos fiscalizatórios.
Assim como, a assessoria empresarial poderá colocar seus negócios nos trilhos. Pois, através de profissionais multidisciplinares é possível identificar e ajustar as lacunas improdutivas de cada uma das atividades do seu negócio. Um processo mal organizado e estruturado prejudica a equipe, a qualidade do serviço e, sobretudo, o resultado financeiro.
Daí vale destacar a importância de um orçamento base zero para equilibrar o processo produtivo da empresa e eliminar todas as despesas dispensáveis, que com certeza contribuem para gerar dívidas com fornecedores e o fisco.
Dependência de empréstimos
A bola de neve do endividamento tem relação direta com a nada saudável prática de recorrer a empréstimos para pagar as contas. A solicitação de crédito, em algumas empresas, acaba por se tornar uma espécie de “vício” de seus gestores em função da má administração financeira.
Nesse ponto um planejamento estratégico financeiro aliado a um orçamento empresarial flexível e eficaz fará com que não só você tenha total domínio e controle sobre suas finanças, como também conheça todas as despesas e custos de cada uma das atividades, e os impactos de cada uma na geração das receitas de determinado período, inclusive determinando as metas para que a empresa cresça com base em números objetivos.
Como há tipos societários que o patrimônio pessoal dos sócios são blindados em responsabilização na esfera civil por dívidas contraídas, o comportamento irresponsável acaba por encontrar um terreno fértil para proliferar. Assim, empréstimos sucessivos vão se acumulando e, junto a eles, juros, taxas e todas as obrigações vinculadas.
Passivo trabalhista
Outro sinal inequívoco de que uma empresa está em vias de sucumbir é o acúmulo de processos na Justiça do Trabalho.
O passivo trabalhista, como também é conhecido, representa um grave problema institucional. Além dos gastos com indenizações, honorários advocatícios e custas judiciais, há o dano intangível à imagem da empresa, muito mais difícil de ser reparado.
Aqui, uma forma de diminuir riscos com débitos trabalhistas e ações na justiça do trabalho é contar com uma assessoria jurídica preventiva. Muitos empresários equivocadamente somente se preocupam com a contratação desse tipo de consultoria após o dano causado.
Não se pode deixar de destacar que a própria existência de processos já indica que a empresa não zela pelo cumprimento das leis, o que em última análise é sinal de má gestão.
Detalhe: após a reforma trabalhista, segundo o Tribunal Superior do Trabalho, o número de processos caiu quase pela metade.
Capital de giro sempre insuficiente
Manter uma atividade produtiva gera custos. Fornecedores, salários, impostos e contas de luz e água são algumas das despesas comuns às empresas, que têm no capital de giro a fonte de financiamento principal.
Muitos empreendedores acreditam que para o negócio manter-se ativo e saudável é importante focar na geração de receita. Entretanto, o que normalmente prejudica o resultado financeiro, fruto de uma gestão desorganizada e sem controle, são as despesas. Despesas devem ser sempre revistas e somente deve-se continuar com aquelas que são essenciais para o bom funcionamento do empreendimento. Sem isso, o desfecho natural só pode ser a falência.
O capital de giro insuficiente é também o motivo pelo qual empresas tornam-se dependentes de empréstimos para financiar suas atividades, o que, como já vimos, é outro indicador de que a insolvência está por vir.
Falta de mecanismos de controle financeiro
Todas as empresas que quebram têm em comum um outro tipo de ausência, a de mecanismos efetivos de controle das finanças.
Afinal, uma coisa é fazer cálculos de contas aleatoriamente uma vez por mês, apenas para conferir se as contas poderão ser pagas. Outra é manter registros contábeis atualizados sobre as finanças que permitam antecipar resultados em médio e longo prazo.
Em resumo, manter-se financeiramente saudável não é pegar na calculadora apenas na hora de pagar as dívidas, mas controlar diuturnamente tudo que se ganha e o que se gasta.
Baixa rentabilidade e liquidez
Negócios insolventes também apresentam uma característica que se repete, a baixa rentabilidade de seus ativos e pouca liquidez de seu patrimônio.
Na hora de pagar as dívidas, é fundamental que o patrimônio possa ser convertido em dinheiro a tempo de garantir a liquidação dos débitos. Do que vale ter um imóvel mal conservado, já que não poderá ser usado para pagar o que se deve?
Ou, pior ainda, se esse patrimônio de baixa liquidez não é rentável, fica ainda mais difícil arcar com os débitos, em virtude do pouco valor que apresenta.
Medidas que podem ser tomadas para evitar o pior
Uma crise financeira não é apenas um sinal de que algo vai mal. Dependendo da postura que sócios e gestores adotarem, pode significar uma oportunidade para reavaliar seus métodos para recomeçar do jeito certo.
Por isso, a primeira medida a ser adotada quando o risco de falência é detectado é agir com total honestidade e transparência. Os problemas devem ser encarados de frente, a fim de que seja encontrada a solução ideal.
Uma vez que o endividamento seja reconhecido e mapeado, será hora de trabalhar em cima de renegociação das dívidas. Para um credor, mais vale receber alguma coisa do que não receber nada. Sendo assim, uma rodada de negociação pode ser a chance de reduzir o risco de falência, pelo abatimento de parte do que se deve ou mesmo parcelando o saldo restante.
Como você acabou de ver, a falência está intimamente ligada à falta de controle das finanças e a processos contábeis precários. Se você não quer isso para sua empresa, faça contato agora mesmo, a Lafs Contabilidade tem as respostas para suas dúvidas!